Robô de inteligência artificial vai defender réu no tribunal

Robô de inteligência artificial vai defender réu no tribunal

Pela primeira vez, um robô de inteligência artificial irá aconselhar um réu dentro de um tribunal. A IA vai rodar em um smartphone, ouvindo em tempo real tudo o que for falado e instruindo o réu, por um fone de ouvido, sobre o que ele deve dizer.  A sessão está marcada para a acontecer em fevereiro.

A localização do tribunal e o nome do réu estão sendo mantidos em sigilo pela DoNotPay, empresa que criou a IA – porém, entende-se que ele seja acusado de excesso de velocidade no trânsito.

Usar um smartphone ou computador conectado a um dispositivo intra-auricular em um tribunal seria considerado ilegal na maioria dos países; contudo, a DoNotPay afirma ter encontrado  uma brecha na lei que permite classificar o dispositivo como um aparelho auditivo e, portanto, legal. “Está, tecnicamente, dentro das regras, mas não acho que esteja no espírito das regras”, diz Browder.

A tecnologia foi desenvolvida pelo cientista da computação Joshua Browder, da Universidade de Stanford, em 2015. Inicialmente, o chatbot fornecia consultoria aos consumidores em casos de multas, como as de estacionamento. Em 2020, ele trouxe avanços para o sistema inteligência artificial, com a criação do aplicativo DoNotPay.

O aplicativo, que se espalhou pelo Reino Unido e Estados Unidos, ajuda os usuários a escrever textos para lidar com uma variedade de questões jurídicas – por exemplo, reivindicações de seguro, reclamação para uma autoridade ou empresa, e solicitação de vistos de turista.

Browder disse que o acesso ao DoNotPay disparou durante a pandemia e que, hoje, conta com cerca de 150 mil assinantes pagantes. A mensalidade é anual e custa US$ 36 (cerca de R$ 189).

Pronta para vencer

Fundada em 2015, a DoNotPay é especializada no desenvolvimento de soluções de IA para o exercício da advocacia. O algoritmo, que cobra taxas mais baratas que o profissional humano, pode ser usado em processos judiciais relacionados a cobranças erradas, chamadas automáticas que incomodam e multas de trânsito, entre outros casos, de acordo com a empresa.

A responsável pelo robô advogado diz ser possível vencer a maioria dos processos usando a tecnologia, inclusive este que será o primeiro uso de IA como assistente jurídico em um tribunal. Mas caso perca a ação, a companhia anunciou que irá pagar a multa aplicada ao cliente.

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